A saúde é direito de todos e
dever do Estado essa é uma conquista do povo brasileiro. Toda conquista é,
entretanto, resultado e início de outro processo. Em 1988, votamos a criação do Sistema
Único de
Saúde (SUS). Com ele afirmamos a universalidade, a integralidade e a equidade
da atenção em saúde. Com ele também apontamos para uma concepção de saúde que
não se reduz à ausência de doença, mas a uma vida com qualidade.
Muitas são as dimensões com
as quais estamos comprometidos prevenir, cuidar, proteger, tratar, recuperar,
promover, enfim, produzir saúde. Muitos são os desafios que aceitamos enfrentar
quando estamos lidando com a defesa da vida, com a garantia do direito à saúde.
Neste percurso de construção
do SUS, acompanhamos avanços que nos alegram, novas questões que demandam outras
respostas, mas também problemas que persistem, impondo a urgência, seja de aperfeiçoamento
do sistema, seja de mudança de rumos.
Especialmente em um país
como o Brasil, com profundas desigualdades socioeconômicas, permanecem vários
desafios na saúde, como a ampliação do acesso com qualidade aos serviços e aos
bens de saúde e a ampliação do processo de co-responsabilização entre
trabalhadores, gestores e usuáriosnos processos de gerir e de cuidar.
A esses problemas
acrescentam-se a desvalorização dos trabalhadores de saúde, a precarização das
relações de trabalho, o baixo investimento em processos de educação permanente
em saúde desses trabalhadores, a pouca participação na gestão dos serviços e o
frágil vínculo com os usuários.
Um dos aspectos que mais tem
chamado a atenção, quando da avaliação dos serviços, é o despreparo dos profissionais
e demais trabalhadores para lidar com a dimensão subjetiva que toda prática de saúde
supõe. Ligado a esse aspecto, um outro que se destaca é a presença de modelos
de gestão centralizados e verticais, desapropriando o trabalhador de seu
próprio processo de trabalho.
O cenário indica, então, a
necessidade de mudanças. Mudanças no modelo de atenção que não se farão sem
mudanças no modelo de gestão.
Queremos um SUS com essas
mudanças. Para isso, criamos no SUS a Política Nacional de Humanização da Atenção
e Gestão no Sistema Único de Saúde – Humaniza SUS.
Por humanização entendemos a
valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de
saúde: usuários, trabalhadores e gestores. Os valores que norteiam essa
política são a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a co-responsabilidade
entre eles, o estabele- cimento de vínculos solidários, a construção de redes
de cooperação e a participação coletiva no processo de gestão.
Queremos um SUS humanizado.
Entendemos que essa tarefa convoca a todos: gestores, trabalhadores e usuários.
Queremos um SUS em todas as
suas instâncias, programas e projetos comprometido com a humanização.
Queremos um SUS fortalecido
em seu processo de pactuação democrática e coletiva.
Enfim, queremos um SUS de
todos e para todos. Queremos um
SUS humanizado!
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